domingo, 1 de novembro de 2009

ENCONTRO - DIA 22/10/2009

A) Começamos com uma síntese sobre argumentação, tema do encontro anterior. Nesse momento, focalizamos alguns pontos, como:
1. O linguista Oswald Ducrot afirma que a argumentatividade está inscrita na própria língua.
2. Em sua gramática, esse autor afirma que toda a língua possui mecanismos argumentativos = marcas lingüísticas de enunciação ou da argumentação, considerados como modalizadores, cuja função é a de determinar o modo como aquilo que se diz é dito. Ex.: até, inclusive, até mesmo – A apresentação foi coroada de sucesso, estiveram presentes personalidades do mundo artístico, pessoas influentes do mundo político e até mesmo o Presidente da República.
Em escala contrária, usaríamos outros operadores: Ex: O rapaz era dotado de grandes ambições. Pensava em ser, no mínimo (pelo menos, ao menos), prefeito da cidade.
Estratégias argumentativas ou recursos argumentativos são as maneiras que usamos num texto para convencer nosso interlocutor.
3.Um texto busca convencer o interlocutor acerca de uma idéia principal, chamada de TESE. Essa será defendida por meio dos ARGUMENTOS, que são as razões utilizadas para convencer da validade da tese.
4.Usamos diferentes tipos de argumentos em nossos enunciados:
- argumentos baseados no senso comum, sem necessidade de comprovação;
- argumentos baseados em provas concretas (resultados de pesquisas, estatísticas)
- argumentos por ilustração (generaliza a partir de uma particularidade);
- argumentos por exemplificação (a partir de um exemplo, generaliza);
- argumento de autoridade (recorre a fontes de informação renomadas);
- argumento de raciocínio lógico (causa e conseqüência, e de condição).
Importante: defender uma tese com argumentos fortes, coerentes e coesos. Se na argumentação, houver um argumento mal-construído, a tese pode ser derrubada.
O sentido global do texto e o objetivo da argumentação são os responsáveis pela qualidade desse processo.

B) Em seguida nossa atenção dirigiu-se para a o fenômeno da intertextualidade
Refere-se a um fenômeno que acontece em toda a nossa vida, em particular na linguagem e resulta de estudos recentes, especificando, trata-se do diálogo que existe entre os textos, antigos ou contemporâneos, mas que mostram que nenhum texto surge do nada.
Quando pensamos, fazemos, falamos ou escrevemos alguma coisa, estamos realizando algo que tem a ver com o que outros já pensaram, fizeram ou escreveram. Do mesmo modo, quando produzimos textos, eles são o resultado da influência de outros já produzidos anteriormente.
Esse fenômeno recebe o nome de INTERTEXTUALIDADE. (ligações que existem entre-textos).
Podemos comparar esse fato com o que acontece em nossas vidas: não podemos imaginá-las separadas de outras; do mesmo jeito, os textos que produzimos mantêm ligação com outros que circulam ou já circularam na nossa cultura.
Desde o início de nossa civilização os homens exercem influência uns sobre os outros. O que somos hoje – bons ou menos bons – é o produto de muitas conquistas e muitos problemas vividos pelas gerações anteriores. Os legados de cada geração vão passando às subseqüentes.
A partir da antiguidade, a história mais recente nos mostra como homens e mulheres são capazes de deixar marcas indestrutíveis para a posteridade. Basta lembrar os legados de gregos, romanos, árabes, árabes, italianos, franceses, em certos momentos de nossa história. Atualmente, vale lembrar a influência dos USA.
Por outro lado, mesmo acontecendo assim, criamos textos novos, porque existe outro elemento a considerar na leitura e na produção textual. Trata-se do PONTO DE VISTA.

Então, a par da intertextualidade, temos que considerar o papel do ponto de vista e as influências de ambos em nosso cotidiano, bem como em nosso contato com obras de arte, em nossa leitura de mundo que pode tornar-se mais crítica e mais sensível, além de nos tornarmos melhor preparados para explorarmos esses tema com os alunos.

C) Depois houve a exposição de vários materiais que possibilitaram a comparação, a reflexão e o debate sobre o tema em estudo: a canção Teresinha de Jesus e a letra da música Teresinha, de Chico Buarque de Holanda; o vídeo Os trapalhões - Teresinha; a canção Café da manhã, de Roberto Carlos, com os Trapalhões.
D) Estudo dos tipos de intertextualidade. Ilustração por meio do vídeo El Grand Dictador.
E) Ainda, oportunizamos mais análises e debates dos textos de São Paulo, Luís de Camões e Renato Russo sobre o amor.

Um comentário:

  1. Usamos, nessa aula, bastante audio visual e isso permite documentar melhor o fenômeno da intertextualidade, além de tornar a aula mais agradável.
    Aliás, esse assunto é fácil e permite bastante participação dos cursistas.

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